domingo, 2 de outubro de 2016

“A pessoa com deficiência na minha história de vida”




Nasci no interior na Bahia, onde o conservadorismo e o preconceito imperava.
Acredito que, por isso, o acesso às pessoas com deficiência ficavam restrito às suas famílias.
Fiquei durante algum tempo presa em meus pensamentos, revivendo minhas memórias de infância e adolescência tentando relembrar em qual momento da vida tive o primeiro contato com pessoas com deficiência, e para minha tristeza percebi que durante essa etapa esse contato foi algo incomum. Não tive em nenhum momento colegas de Escola com deficiência.
Nessas memórias relembrei de dois irmãos de colegas de Escola que eram deficientes físicos, ambos cadeirantes, mas não sei qual eram as especificidades das deficiências. Lembro que, naquela época as pessoas com deficiências eram denominadas pela comunidade como "mongoloides", em momento algum havia por parte de quem quer que seja uma explicação da sua deficiência, tampouco, incentivo à interação, ambos viviam em um mundo paralelo, com acesso apenas a seus familiares. Hoje, acredito que por desconhecimento e pelo tabu com o qual o tema era tratado, nós, crianças e adolescentes, tínhamos medo do contato.
Durante a graduação fiz parte do "Projeto Ler e Escrever - Toda força ao 1º ano", e foi lá que, de fato, tive minha primeira experiência com uma pessoa com deficiência.
J.V. , 6 anos, síndrome de down, irrequieto, falante(do jeito dele), impossibilitava o "bom" andamento da sala/turma, e por isso, fui designada pela Professora titular de acompanhá-lo durante às aulas, para que às aulas pudessem continuar sem interrupção. Embora não tenha podido contribuir muito na formação do J.V., essa foi uma experiência que me trouxe muita reflexão acerca do assunto, pois acredito que não é assim que se faz INCLUSÃO.
Depois dessa época, já como Professora na Educação Infantil, tive uma aluna.
R. , 3 anos, deficiência motora. Nesse momento era iniciante na docência e sem nenhuma formação em Educação Especial, o que torna difícil a prática docente, contudo, nesta idade as crianças são lives de preconceito e cheia de altruísmo, a integração e interação do grupo ocorreu de forma muito tranquila, eles a acolheram com todo amor e carinho que ela necessitava, no mais, pouco pude fazer por ela, pois como já mencionei não possuía formação em Educação Especial.
Com a criação deste blog, quero, poder ampliar meus conhecimentos e reflexões acerca do assunto, e contribuir com as discussões que necessitam ser ampliadas.